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Elize Matsunaga, Era uma vez um Crime

Não existe ninguém totalmente bom. Ninguém totalmente ruim.

Esse documentário foi interessante, um dos maiores crimes do país e é a primeira vez que Elize fala publicamente sobre isso.

O documentário tem um viés de humanizar a Elize, mas enxergamos através disso e tiramos conclusões.

Quando duas pessoas se ESCOLHEM o compromisso é de ambos que isso seja feito da melhor e mais harmônica maneira pois sempre haverá desentendimentos, mas no caso deles, da Elize e do Marcos me chama atenção o tipo de hobby deles, a falta de personalidade da casa e a maneira que ela foi tratada não só por ele na relação mas por todos que posteriormente a humilharam por ela ter sido trabalhadora do sexo.

Assistir a série e ver as falas de advogados, promotor e amigos do falecido foi ver essas agressões sofridas diariamente perpetradas, foi colocar em julgamento essa pauta apenas para diminui-la ainda mais sendo que a própria vítima sabia e a ESCOLHEU. Ainda, não deixou de ter relações extraconjugais com outras mulheres assim. Senti um machismo pesado dos envolvidos. Foi incômodo assistir.

Cabe o estudo da vitimologia pra tentar entender não só Marcos, afinal foi ele quem perdeu e vida, mas Elize que não foi somente algóz mas também vítima na relação. Não dá pra justificar tudo o que ela fez a frieza que teve em momentos, o que a levou a isso é fácil identificar, o que a levou a medidas mais extremas e a manter uma farsa já é mais difícil, somente ela sabe o que passou e sentiu, sua experiência de vida a levou a tomar essas decisões.

Acho um pouco leviano profissionais fora da área psiquiátrica traçarem um perfil baseado na série e na mídia. Eu não farei isso.

Como todo preso, existem outras pessoas que sofrem e gostei muito da série mostrar sua história e família. Tudo tem uma jornada que forma a pessoa. Não dá pra desprezar isso.

Pra sociedade a pena nunca será suficiente, num caso assim, juri, não existem vencedores. Não se vence quando alguém perde a vida. Mas, existe sim a linha da justiça e é isso que a gente continua esperando do sistema. Uma justiça não circense.

Elize: humana, falha, problemática, mulher… É aquilo que ela sabe que é, não o que enxergamos nela.