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Pessoas Comuns – Black Mirror S7

É tanta tecnologia que vai mudar sua vida, tanto conteúdo e tanto premium (que você acha que precisa) que pode bater a sensação de que você está ficando pra trás enquanto todo mundo dá conta de ter tudo, ser tudo, consumir tudo e você mal consegue manter o básico funcionando… A gente ainda está no controle?


O tal do FOMO: fear of missing out. O medo de não acompanhar. De parecer ultrapassado. De ficar de fora de uma vida que agora tem plano mensal ou um passaporte para a vida perfeita.É disso que o episódio trata. Não com robôs mas algo bem mais familiar: upgrades, assinaturas, termos que ninguém lê. Parece distante?


O protagonista só quer manter alguém que ama por perto. Mas, pra isso, precisa pagar. Como tudo nessa vida existe um preço e o que era cuidado vira cobrança. O que era conexão vira produto. Ou tudo sempre foi um produto mesmo e os marketeiros sempre foram os geniais. O que existe desde os primórdios é preço, valor e o quanto o ser humano é capaz para conseguir aquilo que deseja.


No fundo, o episódio é sobre como venderam pra gente a ideia de que tudo é melhor em versão “premium”. Inclusive a vida. Aquela que você usa como referência nas redes sociais, sem saber o que acontece por trás da tela. Os cursos que tentam te convencer de que falta só mais um para você “destravar tudo”. A quantidade de publicidade consumida até que se torne normal.


Aliás: hoje temos mais conteúdo ou mais publis? Depende do plano. Depende de quem lucra.


Porque no fim das contas… talvez o produto não seja o plano. Nós somos o verdadeiro produto.


Pessoas Comuns tem menos de 1 hora, está na Netflix. Mas vai fazer você repensar as notificações, os contratos…


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